domingo, 3 de agosto de 2008






Surgiu há tempos, em meio a uma multidão dançante
Que pulava, gritava, e, de fato, era muito contagiante
Observei minuciosamente na tentativa de encontrar algo a mais
Mas que nada, era quase impossível!

O desejado a ser encontrado estava intrínseco naquele
Precisava uma aproximação, as pontes não faltavam, porém
O impulso não nascia, inversamente da repulsão que era expontânea
Falava-se que eram semelhantes, porém lados semelhantes são paralelos
E lados paralelos não se tocam constantemente, apenas possuem um ponto,
Um único ponto de intersecção.

Têm de ser diferentes, igual aos pólos opostos que se atraem pela oposição
Que cria a junção, que faz o Elvis cantar como o Roberto;
Que faz o Pelé jogar, tal qual, o Giba;
Que faz o dia escurecer assim como a penumbra;
Que faz o europeu sambar que nem o brasileiro;
Que faz o amor surgir no meio da raiva;
Que faz do Picasso um Manuel Bandeira;...

Quando surgiram no mesmo espaço, muito tempo, muitas pessoas, muitos sentimentos
Já tinham, por estes, passados.
Um no outro, um com o outro, formavam um, os dois. Ou ainda estaria por formar?
Mas, e se nem começar?
Ah, coração, não pára de pulsar! Não, não pára, quero mesmo é que bata forte,
Que aumente essa pulsação proporcional ao sentimento e pureza das flores.

Vem, me toca, um só toque não basta!
Vem, me fala, uma só palavra, mas não cala!
Vem e se queres eu também vou, vou te tocar e te falar o que dança na minha imaginação.

Vou ao teu encontro, mas quero que seja ao luar
Ou, se preferes, sentados, observando o sol raiar
Não muito longe, bem juntos, bem alí ó, à beira-mar.

Ah, e não demora porque quero ver, envolta por teus braços,
Aquela onda ali quebrar.

Raissa P. Palitot Remígio.