terça-feira, 15 de junho de 2010

Novo, Tudo NOVO.

       
        Nos dias 04, 05 e 06 deste mês houve o XV EJC - Encontro de Jovens com Cristo da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. Por motivos supervenientes não consegui participar do primeiro, a sexta-feira à noite. Aqui, passarei ao leitor minha experiência desse evento.

         Muitas vezes pensei que EJC fosse uma verdadeira lavagem cerebral nos jovens que participavam; não de todos, mas daqueles que deixavam-se entrar no clima e no propósito. Depois que pude, finalmente, após três tentativas, participar constatei que estava certa, parcialmente, ao pensar que ele era uma lavagem cerebral. Digo parcialmente porque os jovens saem dele mudados quase que holisticamente para enfrentar um mundo igual, mas vendo-o sobre outro enfoque, com outras perspectivas. Percebem a relevância que a família tem na vida deles, a imprescindibilidade de um verdadeiro amigo, a sapiência para enfrentar os óbices vitais.
        
        É uma grande curiosidade para os que ainda não participaram e mais ainda para aqueles que querem participar. Mas, garanto, que não é vã, pois é um momento único e especialíssimo na nossa vida. Momentos surpreendentes, pensei até não estar na Terra, pois flutuei quando estive diante de cenas inacreditáveis. Vários fatos chamaram a minha atenção, mas por questões de SIGILO, não posso amiudá-los.

         Tinham, em média, seissentas pessoas trabalhando para promover a felicidade de outras cento e vinte. O mais belo: a maior parte era composta por jovens. Durante o final eu chorei de felicidade por muitos motivos e um deles foi ver os que organizaram se abraçando e chorando por tudo ter dado certo. Atitude belíssima que não vemos com frequência neste mundo hodierno, onde pairam egoísmo, concorrência, soberba e a solidariedade fica marginalizada.

          A todo momento o amor exalava e em todos os lugares, as pessoas que eu nunca tinha visto sorriam para mim, sem maiores motivos, os abraços eram verdadeiros e dava para sentir o corção pulsante do outro, o sono e o cansaço eram como matéria-prima transformável, pois que eles viraram felicidade e o moral nunca diminuía. De fato, nós saímos de lá NOVOS, estamos RENOVADOS.

          Fiquei pensando se fosse assim fora do Encontro como seria o mundo...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Até o Fim

                Escrito por Traudl Junge, que fora secretária de Hitler de dezembro de 1941 até os últimos dias do Fuhrer, este livro é algo diferente dos que já li sobre este indivíduo, pois ela, como tantos outros da ordenança hitlerista, viviam num mundo paradoxal ao da Guerra.
                 Traudl, nascida em Munique, tinha 22 anos quando foi convidada para ir à Berlim, por Albert Borman, pois Hitler estava precisando de secretária nova e ela já havia feito um curso de datilografia na Escola de Comércio. Até então, ela não sabia que estava indo até Berlim para fazer um teste para tal cargo, só sabia que iria conhecer a Chancelaria do Fuhrer, algo que muitos jovens sonhavam. Pasou no teste e foi efetivada em janeiro de 1942.
                  A partir de então ela começa a conviver com HItler, mas não tinha muita intimidade com as pessoas que a rodeavam e, muito menos, com o Fuhrer, apesar de ele ter sido, desde o princípio, muito atencioso e preocupado com ela. A rotina, para Traudl, era um tédio, visto que não tinha muitos afazeres. No início ela ficou no Quartel- General de Hitler, localizado na Prússia Oriental, conhecido com Toca do Lobo. Lá já tinham vários bunkers, pois a Guerra já começara. Conviver ali era um privilégio, posto que não faltava comida, segurança e conforto, enquanto milhares de pessoas estavam sendo vítimas daquele tempo bélico tão brutal e carnificina.
          Passou temporadas no Berghof, casa de campo de Hitler que ficava em Bechtesgaden. Lá era imenso, muitos cômodos, tinha até uma quase biblioteca e uma casa de chá onde Hitler costumava tomar café de casca de maçã e comer bolo, após o almoço e sempre acompanhado de Eva Braun, seu bem, e dos que sempre o acompanhavam. Havia sessões de cinema à noite, conversas ao redor da lareira. Era uma vida longe dos horrores da Guerra. Nessas passagens, a maneira como Eva fala sobre o Fuhrer é muito afetuosa e expressa, na visão dela, o lado humano de Hitler, desconhecido por milhares de pessoas. Ele aconselhava as pessoas a não beberem, tinha aversão ao cigarro, não via beleza em mulheres macérrimas, era muito frugal, mas tolerante com aquelas não eram, demonstrava sua benquerença por Eva através dos seus elogios, recebia aquelas que vinham o saudar na sua data natalícia...
          Em apenas três anos, a jovem Traudl Junge, passou por experiências que nem em trinta anos viveria. Casou-se, ficou longe da mãe e da irmã, Inge que era inspiração para sua vida de bailarina, teve dias maravilhosos ao lado de Hitler, mas passou por momentos tormentosos durante os dias no binker da Chancelaria nos útltimos meses da Guerra e depois que saiu de lá, nas prisões russas.
         O livro contém algumas contradições, afinal, foi escrito ainda em 1947, dois anos após o fim da Guerra, mas num momento de muita dúvida na cabeça de Traudl e de transição vital. É bom o leito ser bastante atento a esses fatos equivocados e aos inverossímeis, também. Mas, a leitura é uma alavanca para o senso crítico, análise de tudo o que aconteceu. O interessante é como ficou a Alemanha e o seu povo no pós-Guerra. As pessoas tinham vergonha do que acontecera, evitavam falar os fatos, tanto é que Traudl não teve coragem e relutou em escrever tal obra.