terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O sabor de uma lágrima

O sabor de uma lágrima varia.
Pode ser bom; pode ser ruim.
Muda, conforme o sentimento que a acionou.


Não sei como, mas sinto uma lágrima doce,
Embora a incerteza a tenha desencadeado.
Creio que seja para amaciar meu coração,
Quando ela descer pela face e cair direto no peito esquerdo.

Olho semifechado, rosto molhado, mente pensante,
Vagando pelos fatos outrora vividos, sofridos,
E, quiçá, jamais esquecidos.

Enquanto isso, a lágrima doce corre, escorre e percorre,
Molhando e adoçando os caminhos secos e amargos, bem amargurados.

(Auto)Indagar-se

Quando irei me conhecer? Isso é possível, é (in)tangível?
As mudanças que não me permitem o autoconhecimento?
Ou a própria ausência? Ou mesmo o medo do que descobrirei?
Fui, seria, sereia, assim serei? Não sei...

E a nov(a)idade? De nada me serve? Nada me acrescenta?
Nem mesmo a maturidade ou mais bondade?
Mas, e a serenidade, quando hei de encontrá-la?
Fugi, fugiria, fugaz, assim fugirei? Não sei...

Desejo, medo, segredo, tudo isso prevejo?
Desperto, mistério, surpreso, nada disso almejo!
Dores silentes sarão o sentimento sofrido?

Coração partido! Remédio? Amor!
Insegurança trazida! Solução?
Ah! Se soubesse! Mas, a solução? Não sei...


Como é bom ler!

Como é bom ler! Ler livro, ler um bom livro é maravilhoso. Durante a leitura, construímos a feição e o tom de voz dos personagens, a estética dos ambientes. Fico encantada, quase levitando, quando mergulho e consigo nadar no enredo: suspirando nas passagens de casais enamorados, coração a mil, nos momentos de adrenalina, choro, nas situações emocionantes, ansiedade, nas horas de suspense...

Às vezes, compro alguns livros só pelo prazer de comprar e de ver as prateleiras com mais livros, ou por indicações. Esses livros adquiridos nessas circunstâncias se tornam, após lidos, os mais marcantes e mais lembrados por mim, porque geralmente os leio em momentos tristes ou de crises existenciais para os quais a panaceia é apenas uma: lê-los de um suspiro só, o dia inteiro, com curtas interrupções.

O ambiente ao meu redor é esquecido quase completamente, porque só vejo o cenário literário, só ouço e sinto apenas a leitura, o que vem dela. A sensação é tão boa, tão boa que, quando termino de ler, não quero sair desse novo mundo. 

Prefiro livros que relatem fatos reais ou que sejam baseados na realidade, porque saber que aqueles personagens existem ou existiram, que aqueles fatos lidos fizeram parte da vida de alguém é mais surpreendente e prazeroso. 

Os livros que relatam momentos da Segunda Guerra Mundial me fascinam, encantam-me, atraem-me. O último que li nessa vertente foi "O homem que venceu Auschwitz". Os autores são Denis Avey, prisioneiro de gurra italiano, e Rob Broomby, correspondente da BBC. O relato é incrível e inacreditável.

No término da leitura desse livro, refleti sobre a capacidade e a vontade de sobrevivência das vítimas da Segunda Guerra, em especial, os listrados. Tentei me colocar no lugar desses, mas não fui forte o suficiente para sequer conseguir isso na imaginação tamanha a crueldade com que eram tratados.