quarta-feira, 5 de junho de 2013

União homoafetiva, por que não?

Há a corrente que baseia sua argumentação desfavorável à constitucionalização dessa união na bíblia.

A corrente e os seguimentos contrários à declaração da união homoafetiva como constitucional baseiam, entre outros, na disposição expressa feita pela Constituição Federal, no sentido de que casamento é instituição entre o homem e a mulher.

Refutando o primeiro argumento.

O AMOR entre dois homens e entre duas mulheres pode ser a concretização da felicidade para muitas pessoas. Na medida em que a religião considera esse AMOR fenômeno não autorizado pela religião, desautoriza e barra a felicidade de muitas pessoas.

Refutando o segundo argumento.

Ora, o direito serve para regulamentar as relações sociais. O homem é um ser complexo e mutável. A forma de amar , a maneira de se relacionar muda. Logo, o direito não pode sair pela tangente, ignorar ou não tutelar essas mudanças, a menos que não sejam viáveis ou agridam os direitos de outras pessoas.

A união conjugal entre duas mulheres e entre dois homens, a cumplicidade entre duas mulheres e a cumplicidade entre dois homens, o respeito entre duas mulheres e o respeito entre dois homens, o AMOR entre duas mulheres e entre dois homens são expressões viáveis de se relacionar, de se respeitar e de se AMAR.

Tudo isso entre dois homens e duas mulheres não representa afronta a direito algum de outras pessoas, afinal a ninguém cabe ditar, padronizar, criar, como paradigma, forma de se relacionar, forma de se respeitar, forma de se AMAR, entre quem o AMOR deva permear.

Ninguém pode atribuir sua infelicidade à união entre dois homens e à entre duas mulheres.

O homem não controla o AMOR. o AMOR controla homem.

Raissa P. Palitot Remígio

Luís Roberto Barroso em sabatina, no Senado Federal

"Eis o meu credo: eu creio no bem, creio na Justiça e creio na tolerância. Acho que a marca do mundo contemporâneo é a diversidade, é a pluralidade. Diversidade étnica, diversidade racial, diversidade de religiões, diversidade de origens, diversidade política."

 Nós vivemos a época da tolerância, a época em que se deve respeitar todas as possibilidades razoáveis de vida boa. A verdade não tem dono! Existem muitas formas de ser feliz. Cada um é feliz à sua maneira e, desde que, não esteja interferindo com a igual possibilidade de outrem. É isso que nós devemos fazer: RESPEITAR."

Como as relações humanas seriam tão leves, sinceras, verdadeiras, coloridas, caso nós tivéssemos essa mesma crença, essa mesma tolerância que Luís Roberto Barroso citou! Seria tudo mais simples. Não haveria falso moralismo, desavenças, maquilagens na cara e no caráter.

De onde esse falso moralismo, essa imposição de condutas, de crenças, de religiões, de estilos de vida surgiu? Às vezes, acredito isso tudo surgiu da religião católica ou dos protestantes, porque algumas pessoas, encarregadas de transmitir os ensinamentos bíblicos, repassam o que leram do modo como elas querem, como elas pensam ser o mais viável para seguir e para crer. 

Os interlocutores, então, os quais nunca se debruçaram na leitura da bíblia, tomam as palavras desses transmissores como dogmas, como verdades absolutas. Infelizmente, por falta de raciocínio, as refutações inexistem.

A vida de cada um é vivida como ela deseja ou como é possível, e não cabe a nós tampouco, a ninguém julgar como certo, errado, leve, pesado, assim, assado. Podemos, sim, mostrar caminhos pelos quais se chega à felicidade, a fardos menos tortuosos. 

Precisamos, necessitamos de aceitar as pessoas como elas são. Sendo mais tolerantes, seremos rodeados da felicidade e da leveza do ser e do viver com mais frequência. Não é simples, mas não custa muito tentar apertar no acelerar e, aos poucos, começar a fazer da tolerância nossa amiga.

Se olharmos para trás, percebermos o quanto fomos impacientes, indelicados com alguém, injustamente, tão somente pela ausência da tolerância. Refletindo, notaremos que a intolerância foi um óbice para o inícios de verdades amizades e de grandes amigos.

Hoje, sou mais leve, sou mais feliz, sou mais, porque encontrei a tolerância e fiz dela minha maior aliada e isso, por meio da leitura.

Sejamos tolerantes, para que vivamos mais leves, com menos fardos, permeados pela felicidade.

Raissa P. Palitot Remígio


domingo, 5 de maio de 2013

Quero ser artista!

Tenho a curiosidade de saber como é a vida do artista há tempos. Concluí que é linda, leve, louca e lúcida. É paradoxal e conectada.Sem horário normal para cumprir, sem indicador no ponto eletrônico, às oito e, depois, às dezoito.

O artista não tem hora extra, não tem que chamar o superior de "doutô". Aliás, o artista tem superior? Pode ter, mas deve ser sua intuição, seu instinto. Ah! É bucólico ter que obedecer ao seu instinto, à sua intuição. Oh! Maravilha! 

Quero ser artista!

Se eu fosse artista, seria cantora, musicista, bailarina e poetisa. A música, a boa música, estaria presente no meu dia-a-dia, durante meus ensaios, minhas passadas de som. Ela também tocaria nas minhas folgas, que seriam às segundas-feiras, afinal, qual cantora canta, a trabalho, nesse dia? Qual músico toca, para cumprir contrato, nesse dia? Qual bailarina dança, para se apresentar, nesse dia? Ah! Mas, para o poeta, todo dia é dia da poesia.

Tudo seria inspiração, para mim, mas ela se concretizaria à noite e durante a madrugada. Criando uma canção, arranjos, coreografias e versos. Tudo seria numa mesma sinfonia.

Quero mesmo é ser artista!

No palco, sentir-me-ia noutro mundo, com a energia do artista, aquela que só ele carrega, só a ele foi dado o privilégio de nascer com ela. No fundo, no fundo, creio que tenho uma gota do sereno dela em meu coração, por isso

Quero mesmo e ainda serei artista!

Raissa P. Palitot Remígio

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, ainda que se exponha à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota.” 
(Theodore Roosevelt) 


"...Não tenha medo da vida, tenha medo de não vivê-la. 
Não há céu sem tempestades, nem caminhos sem acidentes. 
Só é digno do pódio quem usa as derrotas para alcançá-lo..." 
(Augusto Cury) 



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

É preferível morrer na gurra, lutando a viver por não ter ido à guerra, com medo de lutar, permanecendo inerte!

Raissa P. Palitot Remígio

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

(Des)esperança

Diuturnamente, ao longo de duas décadas, a espera de mutações
Coração sangrando, mente sofrendo gradativa e calmamente, sorrisos esparsos e desencontrados
Apenas para seguir o toque da batida efêmera ao redor de uma mesa quadrada
Visitada esporadicamente, em momentos raros, rápidos, rasos!

Esperar para quê, se a evolução personalíssima não se consumará?
Na tentativa, apenas ficará?
Ficarei, ficaremos com isto: o malogro da esperança!!!
Muita distância, já nesta primeira instância...  

Apelos tácitos fingidos não subentendidos
Venerar a pseudo divindade, que se autoflagela dentro leviandade
Areia movediça, sugando para o subsolo aquele que hoje se tornou ignóbil

Um móbile inócuo, surtindo eficácia invertida
Naquela pessoa, que deveras se encontra perdida
Em mais uma árdua despedida. 

Raissa P. Palitot Remígio

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O sabor de uma lágrima

O sabor de uma lágrima varia.
Pode ser bom; pode ser ruim.
Muda, conforme o sentimento que a acionou.


Não sei como, mas sinto uma lágrima doce,
Embora a incerteza a tenha desencadeado.
Creio que seja para amaciar meu coração,
Quando ela descer pela face e cair direto no peito esquerdo.

Olho semifechado, rosto molhado, mente pensante,
Vagando pelos fatos outrora vividos, sofridos,
E, quiçá, jamais esquecidos.

Enquanto isso, a lágrima doce corre, escorre e percorre,
Molhando e adoçando os caminhos secos e amargos, bem amargurados.

(Auto)Indagar-se

Quando irei me conhecer? Isso é possível, é (in)tangível?
As mudanças que não me permitem o autoconhecimento?
Ou a própria ausência? Ou mesmo o medo do que descobrirei?
Fui, seria, sereia, assim serei? Não sei...

E a nov(a)idade? De nada me serve? Nada me acrescenta?
Nem mesmo a maturidade ou mais bondade?
Mas, e a serenidade, quando hei de encontrá-la?
Fugi, fugiria, fugaz, assim fugirei? Não sei...

Desejo, medo, segredo, tudo isso prevejo?
Desperto, mistério, surpreso, nada disso almejo!
Dores silentes sarão o sentimento sofrido?

Coração partido! Remédio? Amor!
Insegurança trazida! Solução?
Ah! Se soubesse! Mas, a solução? Não sei...


Como é bom ler!

Como é bom ler! Ler livro, ler um bom livro é maravilhoso. Durante a leitura, construímos a feição e o tom de voz dos personagens, a estética dos ambientes. Fico encantada, quase levitando, quando mergulho e consigo nadar no enredo: suspirando nas passagens de casais enamorados, coração a mil, nos momentos de adrenalina, choro, nas situações emocionantes, ansiedade, nas horas de suspense...

Às vezes, compro alguns livros só pelo prazer de comprar e de ver as prateleiras com mais livros, ou por indicações. Esses livros adquiridos nessas circunstâncias se tornam, após lidos, os mais marcantes e mais lembrados por mim, porque geralmente os leio em momentos tristes ou de crises existenciais para os quais a panaceia é apenas uma: lê-los de um suspiro só, o dia inteiro, com curtas interrupções.

O ambiente ao meu redor é esquecido quase completamente, porque só vejo o cenário literário, só ouço e sinto apenas a leitura, o que vem dela. A sensação é tão boa, tão boa que, quando termino de ler, não quero sair desse novo mundo. 

Prefiro livros que relatem fatos reais ou que sejam baseados na realidade, porque saber que aqueles personagens existem ou existiram, que aqueles fatos lidos fizeram parte da vida de alguém é mais surpreendente e prazeroso. 

Os livros que relatam momentos da Segunda Guerra Mundial me fascinam, encantam-me, atraem-me. O último que li nessa vertente foi "O homem que venceu Auschwitz". Os autores são Denis Avey, prisioneiro de gurra italiano, e Rob Broomby, correspondente da BBC. O relato é incrível e inacreditável.

No término da leitura desse livro, refleti sobre a capacidade e a vontade de sobrevivência das vítimas da Segunda Guerra, em especial, os listrados. Tentei me colocar no lugar desses, mas não fui forte o suficiente para sequer conseguir isso na imaginação tamanha a crueldade com que eram tratados.