quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Eu com (minha) Utopia

Mudar o mundo em direção ao bem.
Mudar o mundo homeopaticamente.
Mudar o mundo, mesmo que, para alguns, seja desdém.

Um mínimo de dignidade a quem não tem nem nunca teve uma identidade.
Não sabe, ao certo, sua idade, mas precise, amanhã, quem sabe, 
Registrar o dia e a hora de sua morte.

E me apareceu, usando roupas rotas, com um olhar de espanto
Sem saber se poderia infiltrar-se no recinto sem calças, afinal não as tinha
Somente queria a identidade.

E cerca de três meses à espera se esvaíram. Espera na desesperança.
Somente queria a identidade.
Burocratas sem altruísmos. Querem apenas cumprir a forma pela forma e não pelo fim!
Não sentem a dor daquele que, por toda a vida, foi esquecido e viveu marginalizado.

Mas, de soslaio, deparo-me, novamente, com aquele olhar exalando suspense
E, desta vez, trazia-me um papel que recebeu em casa (ao menos, tem casa!)
Agora receberia um papel verde água, cheirando à cédula monetária recém-fabricada
A que, raramente, pode ter acesso.

Junto com ela: a identidade, a dignidade que vigorariam por poucos dias
De todos os setenta e dois anos de vida, agora desvendados, após os três meses de espera.

Jamais me esquecerei daquela serenidade e o sorriso sincero saindo de um ser tão pequeno
Todavia, tão grandioso que me paroquiou de todas as agruras e amarguras da vida
Ao receber uma simples... identidade. 

Raissa P. Palitot Remígio
14/12/2016

domingo, 17 de abril de 2016

Aprendendo a viver! (?)




Inteligência emocional é tão importante quanto a água que bebemos, o ar que respiramos, afinal chegar à morte é possível, diante de sua ausência. É mesmo alarmante o quanto podemos ser destruídos, se não soubermos lidar com as adversidades diuturnas que surgem diante de nós. 

Em meio à uma vida tão rápida, sem tempo para nosso autoconhecimento, crescemos sem sabermos quem verdadeiramente somos, quando não, muitas vezes, somos impelidos pela família, pelos amigos, pelos seguimentos da sociedade, da religião, das ideologias que seguimos a sermos alguém, que não nós mesmos.

Eu, por exemplo, quero mesmo é ser artista, mas, concomitantemente, quero também ser objeto de mudança social, da diminuição das desigualdades sociais, da violência contra idosos, contra crianças, da corrupção dentro do poder público e de nós, afinal também nos corrompemos, autossabotando-nos.

Mas, para sermos quem queremos ser, é indispensável sermos inteligentes emocionalmente falando. É indispensável estarmos plenos, estarmos em paz conosco, com nossos pares e com o universo. Desse modo, a vida fica mais fácil ou ficaria menos difícil ou um pouco mais suportável?

(...)

Raissa P. Palitot Remígio

17/04/2016