sábado, 22 de setembro de 2012

Alcançando aprovação no Exame da OAB

        Ouvia de alguns professores que o exame da OAB estava muito mais difícil e que só aumentaria o nível de dificuldade ao longo do tempo. Isso era motivo de tormenta e de angústia para os alunos, porque a insegurança pairava, e a pressão psicológica aumentava.

        É possível inscrever-se na prova, a partir do último ano ou do nono período do curso de Direito, e essa nova possibilidade - de fazer a prova antes de graduar-se - foi abraçada por inúmeros graduandos, contudo a época do final do curso é uma das mais complicadas para a maioria, porque existem vários deveres a serem cumpridos, como monografia, provas, concursos públicos - para os querem carreira pública -, assiduidade, inteligência e presteza, entre outros.

         Afora tudo isso, ainda tem a família impondo a obrigação de ser aprovado logo na primeira vez em que fizer a prova. Não os culpo por essa visão, mas pensam que passar nesse exame é sinônimo e certeza de sucesso profissional. 

       O estudante precisa pular todos esses obstáculos e manter a serenidade e o equilíbrio emocional, porque são imprescindíveis nesses momentos em que precisamos ser testados. A diferença se faz presente aqui, visto que podemos ter estudado semanas, dias, meses, até anos, mas tudo pode ir por água abaixo, se a calma não estiver na hora "D".

        Não existem fórmulas nem regras para conseguir a aprovação, contudo existiu uma tríade cumprida por mim, a qual  considero condição sine qua non: estudo sério, determinação e força de vontade.

        Os momentos de estudo precisam ser levados a sério. Desligue o celular ou o ponha em outro cômodo da casa onde não dê para ouvi-lo sequer vibrar. Peça a quem mora com você para respeitar o momento e fazer silêncio, não o interrompendo por nada, concentração é a chave de ouro para a porta do bom estudo. Raciocine bastante.

         A determinação é a ponte para o sucesso, assim conseguiremos tudo, se fizermos dela nossa melhor e maior aliada, quando desejarmos lograr êxito em algo, pois nem lembramos o cansaço, além de conseguirmos abdicar dos momentos fúteis, os quais atrapalham nessas horas determinantes da vida.

        A força de vontade precisa e deve ser considerada uma "best friend of us always". Ela, estando ao nosso lado dia e noite, as intempéries não importam, pois podemos muito mais com essa guerreira.

        Juntei tudo dito acima e levei comigo para a primeira fase, quando estava no oitavo período do curso. Chegou o dia. O sino tocou, entregaram-me o caderno, que era azul, uma das minhas cores favoritas, pensei logo: "Isso é um sinal". Passei. Vamos para a seggunda fase, eba! 

        No dia, pus minha calça e sandália da sorte, e as quatro (ou cinco?) horas foram bem tranquilas, porque escolhi Direito Penal e me sentia, durante o exame, como se estivesse preparando as peças feitas por mim, quando estagiava na Terceira Promotoria Distrital de Mangabeira.

        Olhei a última questão primeiro - sempre começo pelo fim - e era sobre a Lei Maria da Penha. Foi a divindade, só pode, porque existem milhões de inquéritos na Promotoria de Mangabeira com casos idênticos aos da prova. Tirei de letra! Nem pensei muito e fui logo respondendo, porque não podia perder tempo, enrolando muito em uma questão de que tinha certeza da resposta.

         Passei para a leitura da prova inteira e colocava algum comentário breve ao lado da questão, para o nervosismo ou a insegurança não me induzirem a esquecimento ou a erro depois, quando fosse resolvê-las.

           Após ler a prova inteira e as três primeiras questões, posto as possíveis respostas ao lado de cada, identifiquei qual a peça cabível: apelação de sentença condenatória por prática de crime de roubo majorado pelo uso de arma.

          O recurso de apelação foi super tranquilo, porque os professores do cursinho apostavam nele, e eu já havia feito - manualmente - essa apelação umas três ou quatro vezes. Essa é outra dica essencial: pratique muito a resolução dos exercícios, marcando o tempo, contando as linhas gastas, como se estivesse na prova mesmo.

         A resolução das questões também foi bacana, afora a primeira, porque não conseguia identificar a resposta que a banca queria, por isso ela foi a última de tudo, deixei-a para os derradeiros minutos do segundo tempo e consegui respondê-la corretamente.

          Fui a última a sair da sala. Feliz, não confiante totalmente, mas com a sensação de dever cumprido. Alguns dias depois - precisamente, durante a transmissão do Miss Brasil 2011, rs - recebi o resultado: aprovada.

         Pratique muito as peças e exercícios das questões, não tenha preguiça. Resolva as provas anteriores. Converse com alguém que já foi aprovado, mas não queira papo com as pessoas que fazem do certame um "Frankeinstein", porque estamos falando de uma prova, apenas isso, de uma prova.

         Então, como dizem dois excelentes professores: "Meus amigos do coração", "avante".

         Raissa P. Palitot Remígio
         (22/09/2013 - 00h02min)

       


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

(In)constante

A face muda apenas com um olhar,
Que expressará a evaporação da felicidade
Ou a liquefação da tristeza, escorrendo em lágrimas,
Em um milésimo de segundo, tornando-o mudo.

Noutro instante, somente uma palavra nos leva do amor ao ódio,
Da segurança plena e absoluta ao ciúme avassalador,
Mas a astúcia, inteligente e veloz, contorna a situação
E restabelece o equilíbrio, reconstruindo o riso solto e certo.

Início de conversa sincera e simples derrama lágrimas de sangue
No olho d'outro, que outrora fora contente e hoje
Hoje, anda inconstante, mudando, assim, tão de repente.