Vamos pra um pé d'água
Quebrada, cristalina, límpida e cintilante.
Temos que ir a pé, a passos curtos, desajeitados...
Pararei no ágape para nutrirmo-nos de serenidade e mansidão
No vagar do meu olhar,
Que pede, ajoelhado, "por favor, não se vá".
Terei receio do amanhã, a menos que nossa união seja para sempre
Mas, o coro da vida canta o inverso
E, nesse momento, desejo ser maestro.
"Não sei quando isto vai acontecer, mas sei que, no meio da escuridão, alguém vai acender a luz." Oscar Niemeyer
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Complexidade mandamental
É tudo um emaranhado de complexidade
Eu sou eu, mas posso ser tu, contudo
Nem sempre, nós podemos ser apenas um
In(in)teligível.
O mandamento ensina-me a amar-te como a mim mesma,
Mas como hei amar-te, se não trago amor, se não me amo?
A saída, então, é o castigo, é a outra porta, que não a dos céus?
(Obs)curo.
Impõem-me não cobiçar vossas coisas,
Mas, então, não posso desejar tua alegria,
Para não ser castigada?
Tento entender, outrora, crer...
É sempre intangível
É tudo um emaranhado de complexidade.
Raissa P. Palitot Remígio
Eu sou eu, mas posso ser tu, contudo
Nem sempre, nós podemos ser apenas um
In(in)teligível.
O mandamento ensina-me a amar-te como a mim mesma,
Mas como hei amar-te, se não trago amor, se não me amo?
A saída, então, é o castigo, é a outra porta, que não a dos céus?
(Obs)curo.
Impõem-me não cobiçar vossas coisas,
Mas, então, não posso desejar tua alegria,
Para não ser castigada?
Tento entender, outrora, crer...
É sempre intangível
É tudo um emaranhado de complexidade.
Raissa P. Palitot Remígio
sábado, 1 de outubro de 2011
A falácia do aluno de universidade pública
Cresci ouvindo muitas conclusões generalizadas as quais são falsas,
contudo conseguem aceitação por quem as conhece, tendo em vista que o
homem comum não é instigado a analisar nem a argumentar acerca daquilo
que lhes é transmitido, apenas absorve.
Primeiramente é pertinente conceituar o termo "falácia" tecnicamente, para que o presente texto seja melhor compreendido por quem o lê. Pois bem, Anthony Weston, em "A construção do argumento", conceitua essa expressão no capítulo X da seguinte forma:
"Falácias são argumentos capciosos. Muitas são tão tentadoras, e, portanto, tão frequentes, que receberam nomes específicos."
Nessa mesma obra,
comentando sobre o tema em tela, Anthony Weston tece o seguinte
comentário, que é bastante pertinente para o desenvolvimento lógico
deste ensaio:
"Uma das tentações mais comuns é tirar conclusões a partir de elementos muito escassos. Por exemplo, se o primeiro lituano que eu conhecer tiver um temperamento colérico, eu posso chegar à conclusão precipitada de que todos lituanos possuem temperamento colérico. Se um navio desaparece no Trinâgulo das Bermudas, o National Enquirer declara que a região é mal-assombrada. Essa é a falácia da generalização por informação incompleta."
Inferi que a afirmação de que
alunos de universidade privada não têm tanto sucesso quanto alunos de
universidade pública ou que são menos estudiosos ou inteligentes que
estes é uma falácia. Utilizo a palavra inferir em vez de concluir,
porque ainda não cheguei à uma conclusão completa acerca do assunto,
considerando que, para tanto, precisarei de mais pesquisa.
Os seguintes parágrafos serão, então, dedicados aos argumentos encontrados por mim os quais balizam o que inferi acima.
As pessoas que são aprovadas em universidades públicas não possuem
capacidade intelectual maior que aquelas que não obtiveram tal
aprovação, posto que estas podem não ter sido aprovadas por diversas
causas, tais como: escassez de equilíbrio emocional
no momento do exame, não dominarem tão bem as disciplinas determinantes
para a aprovação, como matemática e física, falta de oportunidade de
aprenderem uma língua estrangeira, entre outras.
Por exemplo, um aluno, que é bem afeito à Matemática, tem maiores
chances de lograr êxito em uma prova de vestibular que o indiferente a
tal matéria, mas amante do Português, da Literatura e da Redação. Digo
isso, porque estas três disciplinas não possuem uma pontuação tão grande
em muitos vestibulares de diversas universidades, enquanto aquela
primeira tem um peso muito grande e pode aprovar quem ganhou uma
excelente pontuação nela, mesmo não se saindo bem nas outras três
citadas.
Ademais, o examinando que nem estudou muito para o certame pode ter maior equilíbrio emocional durante a prova, pois que a pressão sobre ele é possivelmente menor, bem como a expectativa atribuída a ela. Já o que se dedicou com afinco está com carga emocional alta, em muitos casos, além de que os pais, professores já o aprovaram, digamos assim.
Ademais, o examinando que nem estudou muito para o certame pode ter maior equilíbrio emocional durante a prova, pois que a pressão sobre ele é possivelmente menor, bem como a expectativa atribuída a ela. Já o que se dedicou com afinco está com carga emocional alta, em muitos casos, além de que os pais, professores já o aprovaram, digamos assim.
Costumam basear e fundamentar a falácia do aluno de universidade
pública em alguns índices e resultados, como o do Exame da Ordem dos
Advogados do Brasil. Afirmo que esses percentuais também não podem ser
considerados para provar a veracidade do que dito por quem profere a falácia em questão.
É cediço que muitas universidades privadas têm mais vagas no curso
de Direito que as públicas. É cediço também que a prova de vestibular das instituições
privadas é bem mais fácil que a das públicas. Assim, universidades
privadas possuem mais alunos que as outras, e alunos com pouco grau de
conhecimento são aprovados nessas privadas, não excluindo, contudo, que
aqueles com médio e alto grau de conhecimento também são aprovados nessas privadas.
Portanto, a maioria dos alunos do curso de Direito das universidades públicas, via de regra,
possuem considerável grau de conhecimento, enquanto isso não acontece
nas privadas, visto que são aprovados alunos com os diversos graus de
conhecimento, ante o alto número de vagas e o baixo nível de dificuldade
do exame.
Pois bem, essas considerações utilizadas servem para elucidar o seguinte: de acordo com dados oficiais divulgados
pela Ordem dos Advogados do Brasil, muitas instituições privadas
tiveram mais candidatos inscritos que as públicas. Estas, por sua vez,
obtiveram - em vários estados - melhores percentuais de aprovação que as
privadas.
Contudo, sabendo que há bastantes alunos das privadas com pouco
conhecimento e estudo, e que a maioria dos alunos das públicas possuem
considerável grau de conhecimento, é possível inferir que a mesma situação - da quantidade de candidatos com os diversos níveis de conhecimento aprovados nas instituições públicas e privadas -
também ocorre entre os que se inscreveram no Exame da Ordem.
Não é possível utilizar os índices publicados para asseverar que as
universidades públicas têm melhores percentuais de aprovação e, por
isso, os alunos são mais estudiosos ou inteligentes, porque se deve considerar que também
estão os alunos com pouco grau de conhecimento dentro
dos índices das privadas.
Por exemplo, enquanto uma universidade pública A tem 40 inscritos, e a privada A1 tem 100, neste número estão presentes alunos com os diversos níveis de conhecimento, enquanto a maioria presente naqueles 40 são os com nível considerável de conhecimento.
Assim, é clarividente que a pública terá índice de aprovação mais elevado que a privada. Portanto, esse demonstrativo é mais um argumento para argumentar sobre a falácia do aluno de universidade pública.
Por exemplo, enquanto uma universidade pública A tem 40 inscritos, e a privada A1 tem 100, neste número estão presentes alunos com os diversos níveis de conhecimento, enquanto a maioria presente naqueles 40 são os com nível considerável de conhecimento.
Assim, é clarividente que a pública terá índice de aprovação mais elevado que a privada. Portanto, esse demonstrativo é mais um argumento para argumentar sobre a falácia do aluno de universidade pública.
Não obstante, essa falácia também pode
ser superada, a partir do prisma de que o sucesso do aluno depende
muito mais do seu esforço e da sua dedicação que da instituição onde
está matriculado. Há alunos, por exemplo, que são bem sucedidos na vida
profissional, contudo não assistiam às aulas, tinham coeficiente de
rendimento escolar médio ou baixo, não participavam de grupos de
pesquisas da instituição, entre outros.
Não é possível, então, tecer generalizações a partir de dados somente, sem que as causas ensejadoras desses resultados sejam analisadas, criticadas e comparadas. Contrariamente, estar-se-ia diante de falácia e não de argumento forte e de conclusão verdadeira.
Não é possível, então, tecer generalizações a partir de dados somente, sem que as causas ensejadoras desses resultados sejam analisadas, criticadas e comparadas. Contrariamente, estar-se-ia diante de falácia e não de argumento forte e de conclusão verdadeira.
Raissa P. Palitot Remígio
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