domingo, 25 de abril de 2010

A cada dia percebo que o Brasil, de fato, só caminha num movimento retrógrado!

Quem não tem qualificação ganha a vida como? - Através de cargos comisisonados ou fazendo bico.
Quem não tem conhecimento dialoga sobre o que? - Vida alheia, política, doença...
Quem não tem cão? - Ué, caça com gato, oras!

E as crianças, estão brincando? - Não, estão sendo vendidas, postas como objetos do mundo da prostutuição, vítimias de pedófilos...
Mas, e o jovem não está na escola. Onde está? - Pedindo esmola, furtando, roubando, vigiando bocas de fumo, por todo lugar...
E o adulto desempregado? - Ah, este encontra-se por todo lado.
E o idoso? - Está em asilo, altamente ocioso.

Mas, as mulheres já ganharam tratamento equitativo na esfera laboral? - Digo só isso: "Ganham, em média, apenas 65 % do que os homem percebem num mesmo cargo ou função.
Os portadores de necessidades especiais são destinatário de políticas públicas específicas? - Um deficiente visual foi atropelado porque enganou-se pensando estar o sinal fechado, quando na verdade estava aberto, pois o semáforo só dava para ser usado por quem possui todos os sentidos.

Já dizia o saudoso poeta Cazuza:
"Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...
Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta
Estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito
É uma navalha...
Brasil!
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim..."

Brasília, 50 anos.



          Não amigo, não venho agora falar da política ou da azáfama perpetrada no Congresso Nacional. Se assim você pensou ao ver essa imagem, proscreva-a da mente. Faça uma limpeza, abra seu coração e inspiração para o que venho externar e o que vou te dizer. Não sou uma Cecília Meireles, mas uma mediana poeta eu posso ser. Procuro minhas inspirações nas músicas, pessoas, palavras e imagens, e Brasília, o Congresso Nacioal e Niemeyer foram determinantes para aflorar em mim mais de meia dúzia de palavras, digo pois, sentimentos.
      
           Há mais de meio século o eminente arquiteta conheceu JK quando ele ainda nem era Presidente, mas já tinha o sonho da construção e urbanização do Planalto Central. Niemeyer disse que tudo começou no Complexo da Pampulha. Foram dias difícieis, tanto no plano da ciência - cálculos e mais cálculos e muita criatividade, quanto no que se refere à sobrevivência naquele local sem telefone e onde o conforto não existia. Certo dia li um artigo publicado no Correio Brasiliense sobre um piancoense, Dedé Lacerda, que é um dos sobreviventes nordestinos que ajudaram a erguer a Capital Federal.Como nordestina, não posso deixar de comentar a relevância dos meus conterrâneos na realização desse sonho. Eram "cinquenta anos em cinco", como dizia Juscelino. A promessa de um país melhor. Realmente, foram cinquenta anos em cinco, mas não no desenvolvimento humano ou econômico, somente no crescimento físico e edilício.

           O artista queria uma arquitetura não simplória com traços e retas, mas sim uma arte complexa e diferente de tudo o que se vê pelo mundo afora. Queria fazer a diferença, marcar na mente de todos que vissem aquelas obras arquitetônicas. Não detalho aqui a Catedral, o Supremo, o Palácio do Planalto porque, aos meus olhos, o que mais me fascina é a Casa do Povo. Lá todos podem entrar, conhecer sua história. É no Salão Verde onde a imprensa passa aos brasileiros telespectadores as decisões e debates que estão acontecendo. Foi neste local que índios, mulheres, jovens, crianças, pessoas com habilidades especiais lutaram e choraram pelo projeto de uma nova Constituição, mas também foi no mesmo ambiente onde essas mesmas categorias choraram de alegria com a aprovação da Carta Magna Cidadã, no ano de 1988. Eu não era nem nascida, mas sinto no meu coração a mesma emoção que tiveram todos aqueles cidadãos.

         Trago a seguir um excerto de Niemyer ao construir o Congresso Nacional. Ele conectava arquitura e texto, pois os leigos não entendiam a arquitetura, mas através dos textos tudo tornava-se inteligível:

"...E o mesmo ao adotar a cúpula - a abóbada circular que os egípcios usavam e os romanos multiplicavam - no edifício do Congresso Nacional. E nela intervim plasticamente, modificando-a, invertendo-a, procurando fazê-la mais leve, como é fácil explicar. Na cúpula do Senado, desprezando a característica auto-portante que oferece e o empuxo que criaria, inclinei em retas na linha circular de apoio, tornando-a mais leve como preferia. Na da Câmara, depois de invertê-la, a estendi horizontalmente como a visibilidade interna exigia, procurando uma forma que a situasse como que simplesmente pousada na laje de cobertura."

"Arquitetonicamente, um prédio como o do Congresso Nacional deve ser caracterizado pelos seus elementos fundamentais. Os dois plenários são no caso esses elementos, pois neles é que se resolvem os grandes problemas do país. Dar-lhes maior ênfase foi o nosso objetivo plástico, situando-os em monumental esplanada onde suas formas se destacam como verdadeiros símbolos do poder legislativo. Ao fundo, contrariando a linha horizontal da esplanada, erguem-se os blocos administrativos, que são os mais altos de Brasília."     

       Oscar Niemyer, o Congresso Nacional e Brasília são uma tríade ícone do país nesse festejo de meio século da nova Capital Federal.

domingo, 18 de abril de 2010

No Bunker de Hitler

      Escrito por um alemão, Joachim Fest, No bunker de Hitler é uma obra muito bem escrita com boas fontes bibliográficas e testemunhais sobre os últimos dias do Fuhrer num local construído pelo arquiteto Albert Speer, em 1945, que fica a 10 mestros abaixo do solo e está situado nos fundos da Chancelaria.  Assim pensou Hitler na construção deste local para poder ter proteção dos ataques soviéticos aéreos.

     O mais interessante ao ler o livro é como o autor consegue nos transportar ao local e ao tempo dos acontecimentos. De fato, é como se estivéssemos enxergando por uma visão panorâmica porque muitos detalhes são narrados, inclusive com ilustrações sobre o próprio bunker, como também dos personagens da história.

    Segundo a inferência do autor com base em outros estudos sobre a Segunda Grande e outros fatos concatenados, HItler não foi uma catástrofe do III Reich, mas sim, uma conseguência, pois o povo Alemão estava já esperando uma pessoa tão audiciosa, não tanto quanto Hitler, mas que levantasse a esperança da Nação e reerguesse a vontade de tornar a Alemanha uma potência mundial. Isto devido aos imperados antecessores do Fuhrer como exemplo, Bismarck.

   Várias passagens chamaram a minha atenção como a ânsia de Hilter em acumular fortunas e destruir, a ordem dele em acabar com todas as instalações que existiam para sobrevivência com o propósito de os inimigos encontrarem uma Alemanha destruída, o quinquagésimo sexto aniversário dele na Chancelaria onde todos percebiam a sua aparência diversa do verdadeiro Hitler quando em cima de palanques etc.

    O desfecho do livro conta como foi a decisão de morte do Fuhrer e sua esposa Eva Braun que não foi de pronto anunciada, a persistência da resistência do exército alemão e a resistência à capitulação, até a invasão do bunker pelos soviéticos e a efêmera visita de Winston Churchill à Chacelaria e ao bunker. Neste último ele não conseguiu entrar quando, ao descer várias escadas, soube que ainda tinham mais dois lances para poder entrar no recinto. Deu meia-volta porque

                                       "Churchill não tinha sido feito para uma existência reclusa muitos metros sob a terra e também não demonstrou o mínimo interesse em saber com havia sido lá."

     Enfim, ler este livro nos traz mais conhecimento sobre a Segunda Guerra e Hitler, dois marcos na história do mundo.

    Ah, Hitler tinha outras obsessões: bolo e chocolate! É, de humano ele ainda tinha um pouco. Ou não?

RECOMENDO A LEITURA.