quinta-feira, 7 de maio de 2009

Pare para Refletir


A gente aprende, desde pequeninos, que o trabalho é o nosso meio de subsistência. Certo, isso é fato, seja ele lícito ou ilícito; legítimo ou ilegítimo. Mas, para construirmos um arcabouço de preparação as energias despendidas são e muitas e, na velocidade do mundo capitalista e globalizado, não conseguimos parar para refletir.

O telefone celular e o microcomputador são partes inerentes da maioria da população ativa. A internet, então, fortíssima aliada, indispensabilíssima e sem a qual eu não estaria podendo expressar-me agora desta forma, aberta e global. O dia até parece que não tem mais 24hs porque se às 8:00hs estamos de pé, às 18:00hs paramos, uma vez que, quase todas as transações nos estabelecimentos públicos e privados param neste horário e quando percebemos não fizemos tudo, tal qual estava planejado e acumulamos pra o outro dia.

E assim vai... corre para lá e corre para cá, viaja para o Norte, volta para o Nordeste com data marcada para ir à Capital Federal em decorrência de um chamado de urgência. É bem comum, quando passa dos 18 anos, a expressão "Nossa, como o tempo está passando rápido", ser ouvida e expressada. Mas não, não é o tempo que passa rápido, são os negócios laborais que consomem a nossa atenção pra o mesmo.

Não há tempo ou quando tem não é suficiente pra saúde, filhos, família, orações, amigos. "Mas é o trabalho, tenho que trabalhar pra sustentar uma família, pra dirimir conflitos sociais, pra salvar vidas, pra cuidar da saúde de quem precisa." - "Mas, e a sua saúde, e a sua vida e você, ou melhor eu, nós?"

É bem verdade que o tempo só vai passar a andar devagar quando estivermos na Terceira Idade, aposentados, com a saúde fragilizada porque não teve a devida atenção quando clamava por socorro. Quando olharmos para o lado e vermos que os nossos filhos estarão no mesmo ritmo que estávamos há alguns anos. Quando dermos conta de que o nosso cônjuge já se foi por carência procurar um outro "bem".

Mas calma, se você ainda estiver começando ou estiver a mil por hora sem tempo nem para diregir o alimento como é para ser, ainda há como consertar: PARE PARA REFLETIR. Há tempo para tudo, só é saber sermos administradores, ainda que leigos.

Raissa P. Palitot Remígio.

domingo, 3 de maio de 2009

Jovens, o futuro da nação.

Quem somos hoje, o que temos hoje, como vivemos hoje, o respeito que temos e nos damos hoje, enfim... o nosso presente é produto de um passado. Passado este, regado de ar bem mais puro; de terras mais límpidas; de músicas com qualidade; de uma mídia menos deturpadora; de uma TV que respeitava a censura; de carnaval festejado ao som do frevo, maracatú e sem sexo explícito; de São João pulando fogueiras, soltando balões e cobrinhas e com fundo musical do Baião, forró-pé-de-serra...

Será que dá pra fazer projeções e visualizar um futuro não tão longínquo dos dias atuais? Creio que sim, mas é preferível ser eufemista porque como decorrem os dias hodiernos é deveras preocupante o resultado dos dias que virão, se nos dermos conta de que os jovens é que estão construindo-os.

Não percebe-se mais condutas "cavalheiristas" por parte dos moços que antigamente pediam as suas amadas em namoro com gestos delicados e bem calculados. Diversamente dos rapazes do século em que se passa que apenas alteram o perfil de sua página de relacionamentos e mandam um torpedo para sua paquera avisando que estão namorando. As festas já não passam nem perto de como eram os assustados que os seus pais frenquentavam até a meia-noite, no mais tardar. Hoje são shows com bailarinas vestindo um figurino super degradante, cantores interpretando músicas que sempre falam de amores frustrados, atribuindo a mulher como objeto dos homens. A paquera está em extinção em detrimento do "ficar". Afinal, pra quê ter que passar dias somente conhecendo alguém, se em apenas uma mera apresentação pode-se "ficar" com esse alguém?

Os jovens não tem mais a preocupação de adquirir conhecimento, de atualizarem-se, de ir visitar os avós aos domingos. Os eventos culturais tem como público alvo os quarentões e seguintes porque a maior parte dos "vintões" estão em bares e afins. O hábito da leitura permeia em pouquíssimos lares. Poucos são os que trocam livros ou cds e muitos são os preocupados em presentearem com uma roupa da moda. Diferente é aquele que não vai à balada perenemente pra ficar em casa vendo um bom filme ou lendo um livro. Estranho é também o que prefere um cinema ou um espetáculo teatral a um show de axé ou a um barzinho.
Imaginemos, pois, como será o futuro sem esses diferentes e estranhos, se o futuro da nação são os jovens!!!

Nós jovens, não estou excluindo-me desta, ponhamos os pés no chão e percebamos que o essencial da vida não é somente o material, este é volátil. O conhecimento é algo necessário e que nunca sai da moda e ninguém pode nos roubar. Uma vez que o possuamos é nosso, intransponível e transmissível. Vamos à luta, construamos nosso futuro. Há tempo para tudo: estudos, festas, namoros, visitas aos avós. O importante é saber dar a devida importância a cada um destes.

Quando a porta da entrada para um caminho é muito larga é porque após a entrada ela vai estreitando-se e os obstáculos vão aparecendo com um grau de dificuldade ascendente.


Raissa P. Palitot Remígio.