sábado, 16 de julho de 2011

Sentir e apenas escrever

Quero uma sombra fresca onde eu possa sentar
E sentir o vento roçando em minha cútis,
Ecoando o canto das conchas marinhas,
Dos pássaros, dos gatos, do mármore silente.

Mas quero o meu eterno amor comigo imberbe,
Para que possa devorar sua face límpida, lúbrica,
Trescalando, a todo tempo, o odor do ápice da lascívia
Devorando as membranas extremas.

Quero ainda um Bandeira, para que sejamos sua inspiração,
Um Buarque, para que formemos sua canção,
Um Picasso, para que nos tornemos a sua Metamorfose.

Não quero que o tempo passe escasso, crasso
Quero mesmo é que pare e me abrace e me enlace e me encante
Apenas em uma sombra fresca onde eu possa sentar.